Aurélio Goiano busca crédito suplementar de R$ 239 milhões para pagar servidores, mas a gestão é marcada por shows, viagens e contratações milionárias

Em apenas dez meses de governo, o prefeito Aurélio Ramos de Oliveira Neto (Aurélio Goiano) transformou o discurso de austeridade fiscal em um cenário de desequilíbrio orçamentário e gasto público descontrolado.

A recente tramitação do Projeto de Lei nº 237/2025, que solicita abertura de crédito adicional suplementar, é o mais novo reflexo de uma administração que perdeu o rumo da execução orçamentária e agora depende de remanejamentos para manter a máquina pública funcionando.

Para 2025, Parauapebas conta com um orçamento aprovado de R$ 2,3 bilhões, um dos maiores entre os municípios brasileiros de médio porte. Desse total:

• R$ 930,9 milhões destinam-se a pessoal e encargos sociais;
• R$ 1,03 bilhão para despesas correntes;
• R$ 395 milhões para investimentos;
• R$ 14,8 milhões de reserva de contingência.

Mesmo com essa estrutura robusta, a Prefeitura alega necessidade de suplementação orçamentária para cobrir despesas básicas. Esse pedido, de caráter emergencial, revela que o problema não é falta de recursos, mas falha de gestão fiscal e incapacidade de planejar os gastos públicos.

A reincidência de contratos emergenciais e a falta de licitação evidenciam fragilidade nos controles internos e no planejamento orçamentário, abrindo brechas para questionamentos legais e éticos.

O crédito adicional suplementar é uma ferramenta prevista na Lei nº 4.320/64 e deve ser utilizado de forma planejada, para reforçar dotações orçamentárias específicas. Contudo, em Parauapebas, o mecanismo vem sendo empregado como um recurso paliativo para cobrir buracos criados pela má execução financeira.

Solicitar aumento de 10% no limite de remanejamento de dotações, em menos de um ano de gestão, é sinal inequívoco de desorganização fiscal e orçamentária. O Executivo não apenas subestima despesas essenciais, como superestima receitas e compromete o equilíbrio das contas públicas.

A administração Aurélio Goiano chega ao fim de 2025 com contratos emergenciais vultosos, suplementação orçamentária e execução fiscal errática.

Enquanto os cofres municipais registram entradas bilionárias, a população enfrenta serviços básicos precários, obras paradas e desconfiança sobre o destino dos recursos públicos.

Parauapebas, um dos municípios mais ricos do Brasil , vive sob a contradição de possuir abundância financeira, mas padecer de gestão empobrecida em transparência e planejamento.

O crédito suplementar solicitado é apenas o sintoma visível de um problema mais profundo, a ausência de uma política orçamentária técnica, responsável e comprometida com o interesse público.

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