Em uma entrevista exibida neste domingo (2), no programa 60 Minutes da emissora norte-americana CBS, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump declarou que os dias do presidente venezuelano Nicolás Maduro no poder “estão contados”. A afirmação reacendeu o debate sobre o futuro político da Venezuela e o papel dos EUA na crise que afeta o país há mais de uma década.

Questionado pela jornalista Lesley Stahl se acreditava que Washington poderia entrar em guerra com Caracas, Trump respondeu:
“Duvido. Acho que não. Mas sim, eu diria que os dias de Maduro estão contados.”
A entrevista foi gravada em Mar-a-Lago, residência oficial de Trump na Flórida, e foi ao ar em meio a uma escalada de tensões no Caribe. Nas últimas semanas, forças norte-americanas intensificaram operações navais na região, alegando combate ao tráfico internacional de drogas. O governo venezuelano, por sua vez, acusa os EUA de “provocações” e “ações ilegais” contra sua soberania.
Desde que assumiu novamente a presidência dos EUA, Trump vem endurecendo o discurso contra regimes autoritários na América Latina, especialmente em Cuba e na Venezuela. Analistas políticos apontam que a retórica visa consolidar apoio entre eleitores conservadores e a comunidade latina exilada na Flórida.
O governo de Nicolás Maduro, no poder desde 2013, enfrenta sanções econômicas internacionais, acusações de violação de direitos humanos e denúncias de fraude eleitoral. Mesmo assim, mantém controle sobre as Forças Armadas e sobre o principal aparato institucional do país.
O chanceler venezuelano, Yván Gil, classificou as declarações de Trump como “intervencionistas e arrogantes”, afirmando que “a Venezuela não aceitará ameaças de nenhum império estrangeiro”. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (3), o governo de Maduro acusou Washington de tentar “fabricar um pretexto militar” para justificar novas sanções e pressionar politicamente o país.



