Ato marca 27 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará

Um ato realizado nesta segunda-feira (17) marca os 27 anos do massacre de Eldorado dos Carajás, quando trabalhadores rurais que protestavam foram mortos por policiais militares.

Uma celebração ecumênica foi realizada relembrando as vítimas e fotos foram expostas em um palco.

O ato ocorre na Curva do S, na PA-150, local onde os trabalhadores foram mortos. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), 19 morreram no local do conflito e dois, no hospital devido aos ferimentos. Na área, há um memorial montado há alguns anos com fitas vermelhas e cruzes.

Dezenas de pessoas, incluindo agricultores, MST, Pastoral da Terra, Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns, além de outros movimentos sociais e organizações não governamentais, participaram do ato político, inter-religioso e cultural.

Na área um acampamento foi montado e no domingo (16) já ocorreram algumas ações. As celebrações estão previstas até o fim da tarde desta segunda-feira.

“Anualmente, ativistas acampam durante uma semana no local onde trabalhadores rurais foram assassinados por policiais militares em 1996 para lembrar os mortos e exigir resposta para o crime”, informou a Comissão Arns, que participa do ato.

Segundo o MST, o dia 17 de abril ficou marcado pelo massacre e por isso é considerado o dia de luta pela reforma agrária.

Após quase 30 anos do massacre, o Pará é líder em conflitos no campo, segundo um relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgado em 2022.

Relembre o caso

Em 17 de abril de 1996, um grupo com cerca de 300 sem terras fez um protesto na PA-150 e impediu a passagem de veículos. O principal motivo da manifestação era a demora do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em desapropriar a Fazenda Macaxeira, de 40 mil hectares, como relembrou o Memorial Globo.

Policiais tentaram retirar os manifestantes com bombas de efeito moral e alguns manifestantes teriam reagido atirando pedras e pedaços de pau. A polícia reagiu com disparos de metralhadora.

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