Pescador que resgatou mais de 30 vítimas de naufrágio no Pará é homenageado na Inglaterra

O pescador que resgatou dezenas de vítimas após o naufrágio da lancha Dona Lourdes foi homenageado na Inglaterra. Ele conseguiu salvar mais de 30 pessoas e recebeu um prêmio internacional na segunda-feira (27) na sede da Organização Maritima Internacional.

O naufrágio matou 23 pessoas próximo a Cotijuba, ilha de Belém em setembro de 2022, nove delas tiveram os corpos resgatados pelo pescador. Outras 66 pessoas sobreviveram.

José Cardoso, conhecido como Zezinho, está em os moradores de Cotijuba que usaram suas embarcações para resgatar as pessoas quando perceberam o naufrágio, em frente à Ilha de Belém. Ele e mais três moradores receberam medalhas na época.

O prêmio entregue em Londres foi por bravura expecional do mar, concedida anualmente para reconhecer pessas que salvam vidas no mar ou que tentam evitar dados ao ambiente marinho. Esta é a terceira vez que o prêmio é para algum brasileiro, sendo as outras duas em 2008 e 2020.

No dia 8 de setembro de 2022, a lancha saiu de um porto clandestino em Cachoeira do Arari, no Marajó, com destino a capital Belém. Entre os 23 mortos estavam mulheres, homens e crianças.

Sobreviventes, familiares e amigos seguem cobrando respostas e punição ao comandante da embarcação Dona Lourdes II, Marcos Oliveira.

A Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon-PA) confirmou que a Dona Lourdes II não tinha autorização para operar no Terminal Hidroviário da Foz do Rio Camará, de onde embarcações regulares partem do Marajó.

Em trâmite na Justiça, a acusação diz que houve omissão de socorro. Depoimentos relataram que o comandante pulou no barco com sua esposa para se salvar e fugir, sem desamarrar os botes para que os tripulantes pudessem usar. A defesa nega.

O inquérito policial do caso foi devolvido à delegacia de Polícia Fluvial, devido ao pedido de novas diligências requeridas pelo Ministério Público, para ouvir outras vítimas que sofreram lesões no ocorrido e esclarecer as circunstâncias da retirada da embarcação, dentre outras questões.

Os moradores do Marajó, arquipélago de onde a lancha partiu, reclamam constantemente de viagens muito cheias, barcos que dão pane e viagens regulares suspensas. Com esses problemas nas embarcações regulares, muitas vezes os moradores recorrem aos barcos clandestinos para conseguir chegar ao destino, apesar da situação precária.

Fonte:G1 Pará

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