De países como Colômbia, Peru, Bolívia e Venezuela, passando por cidades da Amazônia brasileira até o resto do país. Assim é a rota do narcotráfico na Amazônia Legal, por onde passam, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 40% das duas mil toneladas de cocaína produzidas por ano no mundo. O estado do Amazonas é o principal ponto de entrada no Brasil, mas o Pará é a peça-chave, visto por cientistas como “passagem obrigatória” da droga que é transportada, a partir do estado, por terra, água e pelo céu.
Um estudo desenvolvido na Universidade Federal do Pará (UFPA) desenha, no mapa da Amazônia Legal, quatro importantes rotas do tráfico de cocaína, percorrendo rios e estradas até culminarem em cidades paraenses: em especial, Altamira e Barcarena. A partir delas, a droga segue para outras regiões brasileiras e até para o exterior, saindo por portos, estradas e aeroportos.
a região metropolitana de Belém em face das dinâmicas territoriais do tráfico internacional de cocaína”, autoria de Roberto Magno, mestre em segurança pública e membro do Laboratório de Pesquisas em Geografia da Violência e do Crime da Universidade do Estado do Pará (Uepa).
Ele explica que as redes interligam traficantes faccionados, e também criminosos independentes, incluindo até políticos, que atuam sem limites de fronteiras entre os estados brasileiros e países da América Latina.
“É uma grande rede, e que não para. Até detectei no estudo casos de traficantes cariocas que atuaram no estado do Pará para controlar grandes remessas de drogas e armas para o Rio de Janeiro, e vice-versa. Isso mostra o funcionamento de uma rede, que é muito dinâmica, e que sempre vai buscar a maior facilidade”.



