Crise no SINSEPPAR:  Descontentamento dos servidores e queda na representatividade

Em menos de um ano, o presidente do SINSEPPAR, Carlão, já foi alvo de diversas reclamações e denúncias de servidores, que o acusam de negligência e de priorizar interesses pessoais em detrimento das demandas da categoria. O caso mais recente, envolveu a demora na indicação do sindicato para a composição de uma Comissão de Avaliação de Desempenho, que deixou os servidores insatisfeitos e gerou protestos.

A falta de agilidade na indicação de um representante do SINSEPPAR para a Comissão de Avaliação de Desempenho do SAAEP, tarefa considerada simples e rotineira, gerou mais um atrito entre o presidente do sindicato e os servidores. A demora na resolução de questões básicas, como essa, tem sido uma constante na gestão de Carlão, afrente do sindicato, segundo relatos dos próprios sindicalizados, ouvidos pelo site:

“ – As dependências do SINSEPPAR vêm sendo utilizadas para promover campanhas de candidatos que nada tem haver com os servidores, entrevistados sem que se consultasse aos servidores, ou que mesmo tivessem qualquer proposta de atuação para as bandeiras que os servidores tem. Ele (Carlão) inclusive, nunca mais marcou assembleia geral de servidores por medo de que na Assembleia os servidores peçam o afastamento do presidente por diversos abusos que vem sendo cometidos pelo mesmo”.

“- Ele (presidente Carlão) está tentando fazer mídia barata com o nome dos servidores, mas nem pra isso tem competência. Conseguiu fazer do sindicato um palco de brigas que não tem necessidade de existir, por puro amadorismo e até burrice mesmo.”

Essa Comissão é formada para assegurar a progressão de carreira no serviço público e foi motivo de embates complexos e contínuos entre os servidores do SAAEP, a diretoria da autarquia de água e esgoto e o governo municipal, há pelo menos 5 anos. Muitos desses embates, noticiados aqui e em diversos outros portais de notícias da cidade. Depois desses anos de muita paciência e articulação nos bastidores, os servidores precisaram criar uma Comissão de Representantes dos Servidores do SAAEP – CORESES, para tentar diminuir os impactos negativos de uma falta de representatividade por parte do SINSEPPAR e conseguiram, devido a isso, desatar vários nós jurídicos e políticos que os impediam de receber sua progressão de carreira, benefício assegurado a todo servidor público no Brasil desde, pelo menos, a criação da Constituição Federal em 1988. Ficando a cargo do SINSEPPAR apenas a indicação de uma pessoa para representar a entidade, dentro da tal Comissão de Avaliação.

Só que o que era pra ser apenas uma troca de ofícios formal e direta, entre autarquia municipal e sindicato, foi transformada pelo então presidente Carlão em uma reunião de forma não presencial, por meio de aplicativo de vídeo-conferência, datada para 8 dias após a formalização por parte do SAAEP e com o intuito de, nessa reunião, realizar uma votação e só daí escolher um nome entre os mais de 100 servidores da autarquia. Uma burocracia e excesso de ritos que apenas serviram para atrasar uma resolução que já se arrasta por anos e irritar mais ainda os já fatigados servidores.

Porém quando chegou a data para cumprir o compromisso que ele mesmo criou com os servidores do SAAEP, Carlão optou por dedicar seu tempo à produção de um podcast político, onde entrevista candidatos a vereador dentro do município. Essa decisão transpareceu para os servidores como uma falta de prioridade do presidente, que prefere promover interesses pessoais em detrimento das necessidades coletivas dos sindicalizados.

Alguns dos servidores acusam o presidente do sindicato de usar o patrimônio e as dependências da entidade sindical para alavancar candidaturas de conhecidos e amigos pessoais, visto que as tais entrevistas a que o presidente deu prioridade em detrimento dos deveres do sindicato para com os sindicalizados, até agora contaram com candidatos que, segundo os próprios servidores, nada tem de histórico de lutas pela classe dos servidores ou pelo funcionalismo como em geral.

A queda no número de filiados do SINSEPPAR é um reflexo da insatisfação dos servidores públicos municipais para com a gestão de Carlão. Em apenas dois anos, o sindicato perdeu cerca de 1.200 filiados, o que representa uma redução de 60% em sua base e queda significativa na arrecadação da entidade que também conta com repasse do orçamento público municipal para se manter. A perda significativa de representatividade assim, prejudica a capacidade de um sindicato em negociar melhores condições de trabalho para os servidores e defender seus direitos.

A crise no SINSEPPAR revela não apenas uma gestão desconectada das necessidades dos servidores, mas também um sindicato à beira de perder sua relevância e poder de negociação. A perda massiva de filiados, combinada com a falta de liderança eficaz, coloca em risco os direitos e benefícios que deveriam ser garantidos pela entidade. Se a trajetória atual não for revertida, o SINSEPPAR corre o risco de se tornar um símbolo de desilusão para aqueles que deveria representar, deixando um legado de oportunidades perdidas e decepções profundas.

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